Friday, December 31, 2010

Reflexões de Hong Kong

Todos diferentes, todos iguais

Prestes a entrar num novo ano escrevo-vos do outro lado
do mundo. O João e eu decidimos fazer um périplo pela Austrália, fazendo uma
escala à vinda em Hong Kong e outra no regresso em Singapura.

Arrancámos de Lisboa, sem perder mais tempo das preciosas
farias, no dia 26 de Dezembro. Quando voarem para estas paragens não se esqueçam de espreitar pela janela ao passar por cima da Mongólia, uma paisagem verdadeiramente única. Aterramos em Hong Kong às 14:40 de dia 27. Zonzos da viagem de mais de 12 horas rapidamente apanhamos um táxi para o hotel, tomamos um banho e ficámos basicamente 4 horas sem nos conseguirmos mexer até que a
fome falou mais alto. Saímos então para jantar em Soho onde fizemos uma refeição num tailandês cuja sopa era memorável.

Apenas tivemos um dia completo em Hong Kong que foi
suficiente para espreitar a cidade, ver os seus contastes entre arranha-céus e prédios velhos muito mais baixos mas todos uns encima dos outros. Deu também para ir jantar ao Mandarim Oriental supostamente comer o “pato à Pequim” que o João tinha provado 15 anos antes. Não havia pato à Pequim e tivemos que nos conformar com um porco agridoce. Para a posteridade fica a vista magnífica do
cimo do hotel e não propriamente a comida…

Não vos vou mentir, não achei que HK fosse inesquecível,
imperdível ou nada que se pareça. É sim uma cidade impressionante pela sua história já que há menos de 200 anos era apenas uma vila de pescadores e hoje é uma grande metrópole que não fica atrás de nenhuma outra que eu tenha visitado.


Há sim curiosidades, como em todos os recantos do mundo,
as modelos escolhidas para a publicidade nos out doors e nas capas das revistas. Tirámos umas fotos e vocês me
dirão se concordam, eu acho-as todas muitíssimo ocidentais apesar de serem todas orientais. Reflectindo um pouco sobre a escolha das modelos, chego à conclusão que numa cidade multi-cultural e extremamente cosmopolita é normal que a beleza representada na publicidade tente ser o mais homogénea possível.  O que me faz pensar, somos todos muito diferentes, vivemos a quilómetros de distância uns dos outros mas lá vamos gostando cada
vez mais das mesmas coisas.